I want the truth
Antes de começarem a ler, aviso já que este não é um texto moralista, não tenho essa pretensão.
A liberdade parece ser [então nestes últimos tempos] o mais alto valor humano. Absoluto. Inviolável. Inatacável. Intocável.
Basta pensarmos no conceito em que se alicerça a nossa sociedade que escolheu para pena máxima por se cometer um crime, a chamada pena privativa de liberdade, vulgo pildra! Então, para o ser humano, o maior sofrimento que lhe pode ser imposto é ficar sem liberdade. Até aqui tudo bem. Contudo, eu sempre achei que a liberdade era o chamado presente ‘envenenado’. Não comecem já a revirar os olhos...acompanhem-me só.
Habituados à preguiça mental causada pelas leis [atenção que isto não é nenhum apelo à anarquia, as leis existem e ainda bem], fundados na ideia do ‘é crime, está mal, ai não sabias?, soubesses’, conseguiu-se atingir um determinado conjunto de valores dados por correctos, e aceites por todos como valores estruturais de qualquer sociedade dita civilizada e, como tal, invioláveis [em abstracto], ou pelo menos dignos de protecção.
Mas tudo isto para chegar onde, ah, sim, preguiça mental...quando sabemos o que está errado, por imposição seja da lei, seja da educação, cultura, é mais fácil não nos posicionarmos perante a escolha bem ou mal. A liberdade obriga-nos a isso, a ganharmos noção do que dizemos e do que fazemos e de como isso pode interferir na vida dos que nos rodeiam. Se pensam que este discurso tem a ver com as caricaturas, enganam-se. Tem a ver connosco e com a forma como usamos os nossos blogs. Aqui não há regras, cada um diz o que quer, como quer, sem que ninguém o impeça. Por isso se sentem tão bem a divulgar as suas opiniões, livres de censura.
Contudo, eu sei que sou responsável pelo que digo aqui, sem que com isso veja a minha liberdade prejudicada. Como tal, procuro ser digna de usar a liberdade que me é concedida, optando pelo que julgo ser correcto, não ofendendo ninguém, sem nunca deixar de dar a minha convicção quando for caso disso.
Os blogs são os grandes veículos de informação da Internet, não haja dúvidas quanto a isso, pelo que devemos realmente procurar ser precisos na informação que passamos a quem nos lê. Isto pode parecer um bocado pesado, sobretudo vindo de alguém que nunca procurou que este blog fosse muito sério, ou político, ou religioso. Mas eu leio outros blogs e tenho visto como são usados para solidariedade virtual, o que acho muito bem!
Exemplo recente, o do menino iraniano, é um caso que me faz pensar, e que se junta às inúmeras correntes de ajuda que nos invadem os emails diariamente. O email do ucraniano que toca violino nos semáforos também já é célebre, e vem-se, mais tarde, a descobrir que por trás deste tipo de apelos estão pessoas que partilham de ideias xenófobas, anti-imigrantes [hipoteticamente]. As latas de Coca-Cola, pouso de ratazanas, outro exemplo.
Já vi em alguns blogs o texto do menino iraniano a ser retirado por não corresponder exactamente à verdade o email que já recebemos um milhão de vezes, de que o menino estaria a ser castigado por ter roubado pão para comer. É um freak show, sem dúvida, mas não com os contornos que alguém lhe quis dar [intencionalmente, muito provavelmente].
Tem-se vindo a assistir a outro fenómeno que julgo ter sido apelidado de mendigagem virtual, ou seja, pessoas que criam páginas, blogs, para pedir ajuda financeira, disponibilizam um nib e contam as suas histórias dramáticas. Em tempos até havia um sem abrigo virtual que pelos vistos devia ter amigos em ciber cafés, já que publicava com uma certa regularidade.
Concluindo, somos responsáveis por alguma precisão que a liberdade que temos, enquanto comunicadores e transmissores de mensagem, nos exige, bem como precisamos de ter algum distanciamento em relação ao que recebemos e no parecem verdadeiras atrocidades!
É uma conclusão triste, eu sei, sabermos que não se pode confiar em tudo o que nos mandam.
A liberdade parece ser [então nestes últimos tempos] o mais alto valor humano. Absoluto. Inviolável. Inatacável. Intocável.
Basta pensarmos no conceito em que se alicerça a nossa sociedade que escolheu para pena máxima por se cometer um crime, a chamada pena privativa de liberdade, vulgo pildra! Então, para o ser humano, o maior sofrimento que lhe pode ser imposto é ficar sem liberdade. Até aqui tudo bem. Contudo, eu sempre achei que a liberdade era o chamado presente ‘envenenado’. Não comecem já a revirar os olhos...acompanhem-me só.
Habituados à preguiça mental causada pelas leis [atenção que isto não é nenhum apelo à anarquia, as leis existem e ainda bem], fundados na ideia do ‘é crime, está mal, ai não sabias?, soubesses’, conseguiu-se atingir um determinado conjunto de valores dados por correctos, e aceites por todos como valores estruturais de qualquer sociedade dita civilizada e, como tal, invioláveis [em abstracto], ou pelo menos dignos de protecção.
Mas tudo isto para chegar onde, ah, sim, preguiça mental...quando sabemos o que está errado, por imposição seja da lei, seja da educação, cultura, é mais fácil não nos posicionarmos perante a escolha bem ou mal. A liberdade obriga-nos a isso, a ganharmos noção do que dizemos e do que fazemos e de como isso pode interferir na vida dos que nos rodeiam. Se pensam que este discurso tem a ver com as caricaturas, enganam-se. Tem a ver connosco e com a forma como usamos os nossos blogs. Aqui não há regras, cada um diz o que quer, como quer, sem que ninguém o impeça. Por isso se sentem tão bem a divulgar as suas opiniões, livres de censura.
Contudo, eu sei que sou responsável pelo que digo aqui, sem que com isso veja a minha liberdade prejudicada. Como tal, procuro ser digna de usar a liberdade que me é concedida, optando pelo que julgo ser correcto, não ofendendo ninguém, sem nunca deixar de dar a minha convicção quando for caso disso.
Os blogs são os grandes veículos de informação da Internet, não haja dúvidas quanto a isso, pelo que devemos realmente procurar ser precisos na informação que passamos a quem nos lê. Isto pode parecer um bocado pesado, sobretudo vindo de alguém que nunca procurou que este blog fosse muito sério, ou político, ou religioso. Mas eu leio outros blogs e tenho visto como são usados para solidariedade virtual, o que acho muito bem!
Exemplo recente, o do menino iraniano, é um caso que me faz pensar, e que se junta às inúmeras correntes de ajuda que nos invadem os emails diariamente. O email do ucraniano que toca violino nos semáforos também já é célebre, e vem-se, mais tarde, a descobrir que por trás deste tipo de apelos estão pessoas que partilham de ideias xenófobas, anti-imigrantes [hipoteticamente]. As latas de Coca-Cola, pouso de ratazanas, outro exemplo.
Já vi em alguns blogs o texto do menino iraniano a ser retirado por não corresponder exactamente à verdade o email que já recebemos um milhão de vezes, de que o menino estaria a ser castigado por ter roubado pão para comer. É um freak show, sem dúvida, mas não com os contornos que alguém lhe quis dar [intencionalmente, muito provavelmente].
Tem-se vindo a assistir a outro fenómeno que julgo ter sido apelidado de mendigagem virtual, ou seja, pessoas que criam páginas, blogs, para pedir ajuda financeira, disponibilizam um nib e contam as suas histórias dramáticas. Em tempos até havia um sem abrigo virtual que pelos vistos devia ter amigos em ciber cafés, já que publicava com uma certa regularidade.
Concluindo, somos responsáveis por alguma precisão que a liberdade que temos, enquanto comunicadores e transmissores de mensagem, nos exige, bem como precisamos de ter algum distanciamento em relação ao que recebemos e no parecem verdadeiras atrocidades!
É uma conclusão triste, eu sei, sabermos que não se pode confiar em tudo o que nos mandam.
20 Comments:
Como já li algures, a liberdade de uns não deve violar a de outros!
Quanto a esses "famosos" e-mails, têm sempre um encaminhamento personalizado, confesso. Esses e os das cadeias de desejos, de sorte e etc.
Saudações e bom fim-de-semana!
Esta coisa das "saudações" já não me larga: um beijo!
O Bom senso e a cautela devem ser usados sem parcimónia. A falta de reflexão sempre foi e é um mau princípio.
É triste não se poder confiar em tudo o que nos mandam, mas mais triste é não reflectir ou pensar e usar-se o cérebro como um esponja crédula e pouco criteriosa.
Beijos e bom fim-de-semana
O excesso de informaçao a que temos aceso nesta maravilhosa worl wide web ñ nos deve afogar. Mais do que nunca é preciso saber ler, ver, pensar. Mas isso também nos acontece na televisao e nos jornais e quem ñ filtrar toda a informaçao que recebe vai levar sempre com estes "mitos urbanos". Quem ñ se lembra dos célebres gatos bonsai?
A dureza do dia-a-dia, torna-nos, tantas vezes, insensíveis à dor alheia... Mas, que dizer dos que utilizam a força da imagem para ganhar algum!? Prostituos sociais!? Mendigos de valores!? Pobres de espírito?! ou simplesmente escumalha insana... bom... acho que o problema está em tornar-nos ainda mais frios para com a indigência, a pobreza e a preversão humana! Este é, sem dúvida, o outro lado da tal civilização ocidental cheia de pseudo-virtudes! Faz pensar, é bom! beijos!!
Tens razão.
Aliás, no caso do menino iraniano fui um dos que foi induzido em erro, e recolhi a informação num site noticioso, e não num blogue ou por e-mail.Cometi um erro primário, que normalmente não cometo, não confirmei as fontes.
Eu tenho por norma colocar textos que posso confirmar ou fornecer as fontes mas reconheço que na blogosfera anda muita anarquia.
Um abraço e bom fim de semana.
O nosso filtro integrado em relação à realidade tem de estar mais filtrador do que nunca, hoje em dia! Correndo o risco de ignorarmos apelos e pedidos que até podem ser verdadeiros, claro está. Mas procurando ajudar/ser solidário/etc. por outras formas mais fiáveis e que façam realmente diferença. Eu sou algo desconfiada das pessoas, admito, mas a intuição não me tem deixado ficar mal no que toca a distinguir situações. Em e-mails/blogs/internet em geral, ainda mais desconfiada sou. Tenho muita pena, mas não reencaminho nem chamo a atenção para coisas que não me pareçam muito credíveis. Posto isto e porque já falei demasiado...bom FDS, amie****
Problema: (e generalizado em grande parte dos blogs) Pensar que a coberto de neo-dto fundamentais se pode dizer e fazer o que se quer... Mesmo que seja para dizer mentiras escandalosas...
Solução: bomba atómica no blogspot...
ok, chamem-me mariquinhas, mas quando leio no subject "cuidado com as imagens" não abro de todo!...
A ingenuidade de uns é a sua maior defesa contra este tipo de intrusões, mas é também o que os faz divulgar aquilo que não conseguiram ver.
E vai uma até acho que foi engano, vão duas e o sender está bloqueado!
sabes? não me acredito que alguém tenha revirado os olhos ao ler isto. aliás, ler-te é um exercício prazenteiro :) mas não descurando o teor do texto, concordo contigo, mas como diz o frog, tudo passa por uma questão de escolha. não só de acreditar, mas de seleccionar aquilo em que queres acreditar. o mundo estará sempre longe da perfeição (não fosse essa a natureza humana - a da busca - imperfeita), mas é com o 'acreditar' no melhor que um dia podemos lá chegar. hoje em dia, acho que a luta é tentar não descurar o 'acreditar' verdadeiramente, à custa de tanta mentira espalhada. aí sim, o mundo perderia mais do que o que vem perdendo. eu não deixo de acreditar. por muito que caia em 'falsas verdades'. mas devia questionar-me mais vezes, talvez. bom fim-de-semana *
A meu ver, um dos grandes problemas está em separar a liberdade da responsabilidade. É verdade que somos livres, mas temos que ser responsáveis pelo bem que fazemos... ou pelo bem que deixamos de fazer :o)
Bom fim de semana :o)
Pois é. E no entanto ficamos sempre sem saber se é verdadeiro ou não. E a nossa consciência não nos deixa não acreditar, mas quase nunca são verdades...E no meio disto tudo há quem brinque com o sentimento altruísta de uns e quem abuse da miséria de outros :(
amiga, o que nos leva por vezes a ajudar p desconfiamos sempre os fins, eu, só ajudo instituições credíveis,
jinhos
é verdade sim
no trust
É isso. A questão da liberdade não se resume à responsabilidade daquilo que "publicamos" nos blogs. A responsabilidade e liberdade são indossolúveis. E a questão é de posicionamento na vida. Como seres inteligentes temos a obrigação de formar a nossa consciência, não sermos crédulos, saber o que dizemos e então sim, com a tal responsabilidade usarmos da prerrogativa da liberdade para nos comunicarmos com o outro.
Bem, no meu caso podes estar descansada porque tudo o que escrevo é verdade. ;-)
Muito bem, amie!
Ainda este fim de semana discuti esse tema e temas adjacentes.
Eu, por exemplo, tenho sempre muito cuidado ao transcrever os rótulos do vinho: a casta, o ano de produção, a gradução, etc.
:)
não se pode ter a plena confiança em tudo o que se recebe...e vou mais longe...nem tudo o que se vê...
Boa noite
A confiança...a avaliar pelo jornalismo que temos é bom desconfiar, "dar um desconto".... E com a velocidade a que se espalham as informações na net...ainda mais.
Não faço puto idéia quem é o menino Irariano... mas aqui, como na vida real, não podemos acreditar à primeira.
A não ser no blog do Freddy, que ve-se obviamente que se rege por normas de conduta fidedignas!
concordo contigo.
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