por-menores...

curta #1

Ontem saí novamente na ronda dos sem abrigo!
Correu muito bem, a nossa loja de feira fez um sucesso!
Aquilo, a sério, não podem imaginar como até na miséria as pessoas conseguem ser selectivas! Tem imensa piada ver alguns a escolher a roupa!

Só ficaram um bocadinho decepcionados por não termos ainda a colecção de Verão!

É para meia estação, disse eu!
”- ó faxavôr, não tem umas calcinhas de gánga? Tamanho 38!
- Temos aqui estas vermelhas!
- ahh nem pensar que isso é à Trapatonni! O meu clube é o Sporting!
- Oh, sendo assim – disse eu – tem aqui uma camisinha às riscas verdes e brancas!”

(é só disto...risos)

(ála, desaparece! venha o próximo)."

curta #2
A caminho dos hot spots, contaram-me uma história engraçada que acabou por se transformar na piada da noite (esta ainda foi a melhor piada da noite, Maria Vitória!).
Pelos vistos, fomos contactados, porque soube-se que havia uma fábrica de sapatos que precisava de despachar o stock!

Interessados, evidentemente, ficámos espantados quando disseram que o que havia eram pares desemparelhados (se é que isto é possível)!
O que vamos nós fazer com um sapato de cada nação? (já viram o nível de exigência - cf. curta #1)
Eu disse então que, com talento e bom gosto podíamos criar uma linha super fashion tipo Camper, que tem um sucesso incrível com os seus pares de sapatos diferentes, e que depois com uma boa campanha eles iam ficar fãs!
Há que ser criativo nestas coisas...

curta #3
Ideia brilhante: vamos levar amostras de champô e gel de banho para lhes entregar!
Eu achei absurdo à partida, vá-se lá saber porquê...o cheiro...enfim.
Foi um sucesso!!!!
E depois é isto, quanto mais damos, mais querem...’ó faxavôr, não tem assim um gelzinho para o cabelo, não?’ (risos)
Nota: incluir este tipo de artigos na lista de coisas a angariar para distribuir!

curta #4 (e já me vou embora...)
A experiência do sorriso de alguns, o abraço de outros, pedidos para rezarmos pelos filhos, o olhar para a fisionomia de alguém e ver que em tempos aquela pessoa de certeza que se sentava a uma mesa farta e bem posta, dançar e cantar na rua, à meia-noite, com um grupo de sete pessoas que vive num canto inconcebível, desumano, as palmas (ai ai mi amor, no me digas que no!!!), o velho Hemingway do hospital, tudo isto cria em mim uma enorme contradição...se por um lado acho que ontem demos a mais pessoas, por outro, fez-me pensar que cada vez há mais pessoas assim...

curta#5
Bom fim de semana!