Deuce*

Ontem, a precisar de me desconectar da realidade lá fui eu para a terapia do cinema de fim de tarde!

Não, acalmem-se, não sou depressiva nem tenho tendências suicidas, mas não me importo nada de ir ao cinema sozinha, até me estava a apetecer!

Ainda por cima precisava de descomprimir um bocado, é mais barato e tal, ia ver o filme novo do Woody Allen.

Gosto da Scarlett e pouco mais sabia sobre o filme a não ser que tinha sido filmado em Londres o que já de si era uma fuga à 'regra Woody Allen'.

Conhecido por filmar como ninguém [para mim pelo menos] os ambientes 'Manhattan', desta vez entramos pelo court de ténis britânico a dentro, com tudo o que isso acarreta: snobeira, aristocracia, preconceito (sobretudo com os americanos).

Mas nem isto se vê bem no filme. Sinceramente, achei um tédio do início ao fim.
Quando vi a 'história da sorte' [The man who said 'I'd rather be lucky than good’ saw deeply into life.] pareceu-me que prometia realmente uma trama em que ressaltasse isto mesmo.

De como a felicidade de um depende das escolhas que se fazem, mas que estão condicionadas pela sorte. A tal história de a bola de ténis, naqueles momentos em que bate na rede, cair ou para um lado ou para outro, e de isso determinar a nossa vida. Parecia bonito, não era?
A trama é pouco emocionante, desculpem-me, a sério, mas se aquilo tinha alguma mensagem mais subtil, eu não a atingi!!
O rapaz, um canastro, coitado, tem um andar a imitar o top model, o típico gajo que anda sempre com uma das mãos no bolso, mas é a atirar para o baixo e inexpressivo.
Nem a Scarlett [que anda a abusar da cerveja, de certeza!] safa aquilo...
Bem, se não houvesse um jazz, eu nunca veria ali a mão do Woody Allen.

Até isso ele trocou pela ópera...
Palavra que isto não é a típica crítica do estilo, ai está habituada ao estilo antigo, nada receptiva a coisas novas, se foge muito do género já está mal..nada disso.
Um desalento, para mim!Não chega ao match point.

*Situação de igualdade no penúltimo ponto de jogo no ténis